Não precisa ser à primeira vista, mas precisa ser amor…



Em tempos de romances rápidos e frios, parece inaceitável falar de um sentimento tão nobre como o amor. Principalmente em uma época em que os sentimentos são vagos e as pessoas pregam a ideia de desapego como a maior qualidade do caráter humano.

Diferente da sociedade atual em que o desapego é visto como prioridade e a quantidade melhor do que a qualidade, na literatura, o amor sempre teve seu lugar de destaque. Cada escritor foi único em seu modo de expor o mais nobre dos sentimentos e em descrever as diferentes reações que ele provocou nas vidas e nas emoções das pessoas.

Ao falarmos de amor, o primeiro conceito que temos na história de literatura é do filósofo Platão (428–347 a.C), em sua obra O Banquete: (…) “O amor é a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não exclui a dimensão do corpo”, afirmava Platão na obra em forma de diálogo, onde elementos mitológicos predominavam na tentativa de se explicar o amor.

Na Literatura Inglesa, temos Shakespeare que em seu mais famoso romance, Romeu e Julieta, definiu o amor de forma triste e agonizante: “Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira”.

Na Literatura Portuguesa temos duas fortes referências sobre o tema: Eça de Queiroz e Camões. Ambos com suas visões românticas diferentes, marcaram gerações. Enquanto Camões emocionou o mundo com seu soneto contraditório e, por que não dizer,a mais perfeita definição do amor: “Amor é fogo que arde sem se ver/É ferida que dói, e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer. Eça de Queiroz em “O primo Basílio” escreveu sobre o tema de uma forma direta e objetiva: “Que outros desejem a fortuna, a glória, as honras, eu desejo-te a ti! Só a ti, minha pomba, porque tu és o único laço que me prende à vida, e se amanhã perdesse o teu amor, juro-te que punha um termo, com uma boa bala, a esta existência inútil”.

Como se pode perceber, o amor como tema da história revela-se extremamente diverso. Cada escritor expôs o que sentiu. Fato! Todavia, devemos considerar a parte filosófica nas obras e atentar ao caráter teórico desses conceitos,uma vez que o sentimento descrito nas obras não é apenas romântico, mas serve, também, como divulgação de uma ideologia, de uma doutrina, de um objetivo.

E, hoje, como se definiria o amor? Em uma sociedade tão “desapegada” de sentimentos, o amor é para os raros. Poucos são os que entendem que amor é construído e não uma paixão avassaladora que irá acabar no próximo fim de semana. Amor não acaba com futilidades e ou com diferenças literárias.

Amor,meu amigo, simplesmente, não acaba! Amor é reciprocidade, respeito, carinho.

E, para os que acreditam na rotatividade de relacionamentos como prioridade de felicidade, relembro um grande pensamento de Balzac:”É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.”

Fonte: Obvious Mag


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