Quando amamos, somos fortes ou estamos vulneráveis?



Ainda não sei ao certo porque arrisco escrever sobre o amor. Talvez porque este tema ocupe tão pouco de nossas vidas. Talvez porque estejam em falta os poetas. Talvez porque eu seja um idealista.

Temos passado a maior parte do tempo evitando essa demonstração sublime de ser e ficam tantas perguntas a serem respondidas: ainda há tempo para amar? Somos capazes de amar? É possível a alguém pensar o amor, concebê-lo? Vivê-lo, senti-lo em sua máxima expressão?

Temos priorizado em muito a realização de nossos projetos pessoais em detrimento da vivência do amor. Admiro verdadeiramente quem é capaz de conciliar estas experiências. São poucos e abençoados. Geralmente vêm os estudos, a profissão, a aquisição de bens materiais de toda a sorte. Apenas quando nos damos conta do vazio que sentimos mesmo na posse destas conquistas, é que saímos ávidos à procura do outro em nossas vidas.

Por que o amor nos fascina e nos inspira tanto medo ao mesmo tempo? Afinal, quando amamos, somos fortes ou estamos vulneráveis?


De fato, não há uma resposta definitiva. O certo é que em nossos dias temos promovido a racionalização excessiva do amor, agindo como algozes de nós mesmos. Ou seja, o amor só existe verdadeiramente quando o rotulamos, o conceituamos, o classificamos.

Infelizmente ainda precisamos desta segurança.
Todo o temor que este sentimento ainda nos causa pode residir em um fato: o amor, como o conhecemos, está incompleto.

A maioria das pessoas desconhece elementos intrínsecos ao próprio amor, como o altruísmo e a liberdade. Tentam preencher essas lacunas por meio da imposição de regras e da criação de jogos para saber quem é o vencedor (a) e o vencido (a) da relação. Esquecem que nascemos para os encontros e não para exercermos manipulação, posse ou controle. Esquecem que amar é contemplar e admirar o outro nos momentos mais ditosos da sua existência.

Condenamos o nosso (a) parceiro (a) por ter projetos pessoais, por ter ideias próprias que não coincidem com as nossas. Assim, privilegiamos nosso ego e seus ditames e dispensamos uma relação libertadora.

Quantas relações não faliram devido à imposição de regras, de limites, sem que conheçamos a capacidade de discernimento, de consideração e de bom-senso do outro?

O amor em outro nível, um nível mais elevado, significa autoconhecer-se, significa sentir-se seguro o bastante para desejar e – talvez mais que isto – aceitar que o outro cresça e se movimente livremente dentro de suas próprias necessidades de desenvolvimento.

A aceitação da liberdade do outro ainda nos capacita para nos doarmos em todas as esferas de uma relação. Quando formos movidos pela gratidão e pela satisfação em ter a presença do outro em nossas vidas, não precisaremos esperar absolutamente nada em troca.

As garantias do amor em outro nível não estão em regras nem em jogos. O retorno do outro sempre virá quando ele se sentir envolvido pela liberdade e pelo altruísmo.

O amor em outro nível. O amor-entrega, o amor-doação, o amor-liberdade.

Escrito por Alan Juliano Mader de Matos, colaborador do Sábias Palavras.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Oração Quebra de Maldição – Padre Marcelo Rossi

Oração mais Poderosa (para qualquer finalidade)

Reze essa oração por 3 minutos para abrir portas na sua vida

Oração para afastar e impedir aquele que te deseja o mal